terça-feira, 24 de maio de 2016

Crise: fruto de um capitalismo irresponsável

     Foram sugeridas, pelo governo interino de Michel Temer, medidas para limitar os gastos públicos e acabar com o fundo soberano, que é um tipo de poupança para ser utilizada em caso de crise. 
     O governo brasileiro necessita de medidas para melhorar a economia do país. Graças aos políticos corruptos que não se contentam com pouco e tendem a roubar cada vez mais o dinheiro que deveria ser usado, por exemplo, para a educação e saúde, é usado para fins pessoais.  
    Por consequência desta corrupção, o país entrou em crise e se viu na necessidade de adotar medidas para conseguir melhorar a economia, ou seja, o Brasil vive uma crise pela ganância do capitalismo.
     Em momentos de crise, o consumo de bens e serviços tendem a diminuir, e com isso, muitas empresas demitem seus funcionários para diminuir os seus custos e enfrentar essa situação.
     O dólar aumenta em consequência de que não há muitos investidores do exterior em um país em crise para que possa haver a alta circulação do dólar e consequentemente o seu barateamento.
  A percepção de um país capitalista negligente é óbvia.Uma nação preparada para suportar situações econômicas complicadas e delicadas não necessitaria de planos ou medidas para reerguer sua estrutura social e financeira.

Guilherme de Freitas M. Pereira

Interpretando e aprendendo sobre a Práxis

A palavra práxis tem origem grega e é um termo que tem um sentido muito aproximado com o de prática. Porém é diferente porque tem um caráter mais filosófico, no sentido de que se opõe à noção de teoria. Pode ser entendida como significando ação ou conduta.
Para Marx, a práxis é uma das características que diferenciam o homem dos demais animais, pois é através dela que o homem faz as transformações no mundo e, como consequência disso, transforma a si mesmo.
Escolhi a tirinha da Mafalda para fazer uma pequena reflexão sobre a práxis, onde Mafalda dialoga com seu urso de pelúcia. 
No primeiro quadrinho ela mostra o mapa múndi; no segundo pergunta por que este mundo é bonito; no último, ela mesma, dá a resposta à pergunta anterior.


 Que reflexão podemos fazer sobre essa tirinha?

 A meu ver essa tirinha traz uma reflexão crítica sobre o mundo, em dois sentidos: um mundo existente na representação teórica do desenho, em forma de mapa, e outro que aparece na resposta dada por Mafalda, de que o mundo é um desastre. Ou seja, na teoria ele é uma coisa e na prática outra, pois o homem com as suas ações no mundo o transformou dessa forma, que podemos imaginar exemplificando: destruição da natureza, guerras, corrupção, miséria, analfabetismo, epidemias e tantas outras situações de ação e conduta humana: a práxis.

A história da luta de classes

      As ideias de direito do trabalhador, a luta por igualdade social e o enfrentamento de classes em si, são fatos muito antigos e vieram ganhando cada vez mais espaço com o passar dos anos. Isso pode ter sua influência observada em acontecimentos importantes, como as Revoluções Industriais (1760-1840) e a Revolução Francesa (1789-1799). Mesmo assim, esses movimentos vieram de forma tardia, se nos sujeitarmos a observar o quão antiga é a situação de desigualdade, a simples existência de classes dominantes. Dessa forma, a parte mais intrigante dessa situação não é seu desenvolvimento ao longo da história, mas sim suas origens.
      Antes da existência das linguagens faladas e da organização em sociedade, quando o ser humano ainda não tinha consciência de sua possibilidade de aprendizagem (ou ainda não havia a desenvolvido), possuíamos algumas atividades básicas, como a alimentação e a reprodução, ou mais especificamente, visávamos a sobrevivência. Lutávamos uns com os outros, se necessário, matávamos pela vontade de viver, quase sem consciência do fato; instintivamente. Alguns de nós, claro, eram mais fortes. Alguns de nós eram mais temidos, não por sua conta no banco ou por seu cargo político, mas por suas habilidades  de sobrevivência. Não seriam, então, as classes sociais provenientes disso?
   O principal problema dessa ideia de as classes e assim, a desigualdade, serem provenientes da primitiva luta pela sobrevivência seria o fato de ignorar o uso de moeda, e a ideia de compra e venda de produtos (e toda a consequente ideia de propaganda e manipulação da mídia) que teriam sido algo mais recente se comparado com os primórdios da raça humana e mesmo assim, muito presente nessa discussão  de realidade social. Mas na verdade, toda essas características capitalistas, e o capitalismo em si, seriam consequências da definição de classes sociais.
   Se realocarmos a história da luta de classes de acordo com essa teoria, conseguiremos enxergar a realidade atual de uma forma um pouco diferente. A opressão da burguesia deixa de parecer algo tão maldoso e voluntário, recebendo um tom mais instintivo, assim como a posição do proletariado deixa de parecer tão absurda. Não são apenas os ricos contra os pobres, mas também os mais fortes contra os mais fracos ( mesmo que a posição do forte e do fraco seja hoje, muito mais relativa ao poder econômico do que a força física). Por outro lado, esse é um quadro com o qual devemos tomar muito cuidado.
      A desigualdade social, independente das suposições sobre suas origens, precisa ser combatida. Ela talvez venha de algo primitivo, que existia num homem igualmente primitivo. Mas com a evolução da nossa espécie, nós desenvolvemos e abraçamos a desigualdade, em vez de tentar nos afastar dela. Durante séculos e séculos, criamos outras formas de representá-la. Nos acostumamos a oprimir ou a ser oprimidos, só percebendo o tamanho do nosso erro mais recentemente.
      Se eu tive a chance, ou mais que isso, o privilégio de nascer em uma família que não só me ama, mas também possui condições financeiras (em parte por ser dona de meio de produção), para que eu possa estudar num bom colégio particular (que, infelizmente, tem ensino superior ao dos colégios públicos em nosso país), possuir um plano de saúde e comprar as coisas das quais necessito, que ótimo para mim. Mas eu, e todos os outros como eu, deveríamos lutar pelo fim da miséria, pelas melhorias dos sistemas públicos de saúde e educação e pela diminuição da corrupção em nosso governo. Do contrário, ao nos aquietar diante dessas situações e até concordar com elas, estamos negando a outras crianças e adolescentes a qualidade de vida e as possibilidades de futuro que temos.
      Justificar os maus atos com a história, então, seria errado. Assim como ignorar todo o árduo processo de luta pelos direitos do trabalhador. O que devemos fazer, então,  é aprender sobre a desigualdade, sobre o capitalismo, sobre o socialismo, e mais que isso, criar uma opinião e, assim, lutar pelos nossos ideais, visando o benefício próprio e também o avanço da nossa sociedade de forma mais igualitária. Entender que “a história de toda a sociedade até aqui é a história de lutas de classes” muda a visão que temos da sociedade e de nossa própria existência.


Bia Figueiredo

Brasil, capitalismo e desigualdade - Entrevista

      Em meio a nossa discussão político-social, por estarmos todos ainda em fase de adolescência, mas principalmente para mostrar opiniões de outros brasileiros que compreendem e vivem mais tempo esse mundo capitalista, se torna necessária uma entrevista. Nossa intenção foi elaborar perguntas relevantes, tanto para vocês, nossos leitores, quanto para incitar os entrevistados. Da mesma forma, a escolha dos entrevistados foi feita cuidadosamente, de acordo com sua disponibilidade e claro, sua ocupação profissional.
      Os nossos entrevistados foram o Sr. Paulo Roberto Maciel Teixeira, funcionário aposentado do Banco do Brasil e produtor agrícola, e o Sr. Isaías Francisco de Carvalho, professor de Literaturas Anglófonas na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Com essas considerações, segue a nossa entrevista. 


1-Você achou justo o impedimento da presidente? Por quê?

 Sr. Paulo Roberto Maciel - Não, pelas razões alegadas e muito menos pelos atores atuantes  para o desfecho: Cunha e Jucá notórios implicados em várias fases da lava jato e cúmplices de Temer que alçado pela segunda vez  ao cargo de vice, sem ter luz própria quis subir mais  um degrau participando de um acordo em que esqueceu a ética. Se fosse por outro motivo, por exemplo falta de controle com seus Ministros que em boa parte viraram as costas, poderia ter outra opinião.

Sr.Isaías de Carvalho - Claramente, foi injusto. A lei do impeachment não foi aplicada de modo juridicamente justo. Os crimes de que a presidenta é acusada não são de ordem para impeachment. Apesar de Dilma Roussef se encontrar impopular e de vivermos uma grave crise econômica, o presidencialismo não se presta a esse tipo de manobra golpista, em que a oposição, o legislativo, a grande mídia e alguns desvios do Judiciário orquestraram uma tomada de poder por via indireta. Após anos de sabotagem e enfraquecimento da presidenta, conseguiram encaminha o processo de impedimento, que ainda pode ser revertido, o que seria justo.

2- O que você espera do governo atual?

 Sr. Paulo Roberto Maciel - A primeira coisa deveria ser o combate implacável a corrupção o que não se viu e pelo contrário tem parte de seus auxiliares sob suspeita o que não nos dá boa expectativa futura.

Sr.Isaías de Carvalho - Um governo liderado por um político claramente golpista e trapaceiro não pode nos dar muita esperança. Caso Dilma Rousseff não seja reconduzida ao cargo, espero ao menos que esses golpistas consigam equilibrar as contas públicas. Para isso, não espero, mas tenho a expectativa de que vão cortar benefícios sociais, trabalhistas, culturais e políticos dos grupos historicamente perseguidos (que estavam finalmente tendo inserção nos governos petistas) - negros, mulheres, LGBT e pobres em geral. Esse cenário é de desesperança.

3- Uma das coisas mais criticadas no governo petista foi a rendição do partido, que teoricamente assiste a classe mais pobre, "o proletariado", à corrupção e às grandes empresas. Você acha que num país movido pelo capital essa crítica faz sentido?

 Sr. Paulo Roberto Maciel - Qualquer país, invariavelmente não pode ceder à corrupção e as empresas têm que evoluir sem a promiscuidade de ilicitudes.



Sr.Isaías de Carvalho - A crítica faz sentido, mas é hipócrita ao mesmo tempo. Faz sentido, pois o PT foi levado ao poder com agrande esperança de que daria novos rumos éticos à política e à governança nacional, o que não ocorreu. A hipocrisia de quem faz essa crítica contundente é a de que estão todos em um sistema organizado para facilitar a corrupção, não cabendo o extermínio específico do PT e de seus ideais.

 4- O modo de governo socialista, mesmo parecendo mais justo, fracassou ou está perdendo força política ao longo dos anos.
Você acha que no contexto político atual o modelo socialista vingaria novamente?


Sr. Paulo Roberto Maciel - O ponto de vista socialista é muito relativo, pois diversos países de tradição da livre iniciativa por exemplo a Inglaterra além de outros nórdicos tem a assistência médica pelo estado, o que é um ato socialista.
O modelo socialista atualmente só teria condições de funcionar se se afastasse de um estado totalitário e fosse uma social democracia de fato e não apenas na sigla de um partido.

Sr. Isaías de Carvalho - Minha visão é a de que não houve, em qualquer parte do mundo, a aplicação efetiva do modelo socialista. Cuba parece ser o caso que mais se aproximaria. Certamente, o modelo petista não foi socialista, apesar do ideário do partido defendê-lo. Também considero que tenha sido um governo de tendências socialistas. O verdadeiro socialismo - aquele mais parecido com os preceitos de Jesus Cristo (o personagem bíblico, não o das práticas cristãs das diversas igrejas): não excluir os outros, dividir o pão, a não-agressão etc - não teria como vingar em qualquer parte do mundo atual, uma vez que o ímpeto por acumulação de riquezas é muito arraigado no imaginário geral.

5- O fracasso do modo de governo socialista é atribuído à facilidade com a qual os governos são corrompidos pelas grandes empresas. Você acha que isso pode ser combatido, ou é algo relacionado ao instinto natural humano?

Sr. Paulo Roberto Maciel - Qualquer país pode ter seu governo corrompido, porém se eles se perpetuam no poder e são colocados no poder pelo povo a culpa essencialmente é de quem os elege.

Sr.Isaías de Carvalho - Acredito já ter respondido parcialmente a essa pergunta no item anterior. De qualquer modo, não há muito de "natural" nesse instinto humano de explorar os demais para enriquecer. São construções históricas a partir de traços atávicos do "animal" homem que poderiam, sim, ser modificados ao longo do tempo. Na verdade, a maior parte dos países do mundo está preparada para dar saltos em direção a uma maior socialização dos recursos, mas a força dos pequenos grupos detentores de grandes fortunas e meios é muito grande. No momento, o combate a essa avareza e a esse egoísmo humanos, ao menos no Brasil, está enfraquecido. Não creio que viverei para ver a retomada do processo iniciado pelo PT nas duas últimas décadas. Ainda assim, espero e luto.

 6- Você acha que, sendo a desigualdade social algo antigo, isso ainda pode ser superado?
Sr. Paulo Roberto - Deve-se lutar para diminuir ao máximo a desigualdade,  mas a igualdade absoluta é utópica pois existem diversos fatores que influenciam  - capacidade, inteligência, habilidade, esforço, ambição entre outros.

Gostaríamos de agradecer aos nossos entrevistados pela colaboração.

Bia Figueiredo e Pedro Arão

Socialismo X Capitalismo

SOCIALISMO
CAPITALISMO
Economia fechada
Economia aberta
Satisfaz as necessidades sociais o da classe operaria
Obter maiores benefícios econômicos
Este sistema é proporcionado pelo estado
As empresas geram o capital econômico
Não existem propriedades particulares
Livre concorrência comercial
Se conformam com o que o estado dá
Liberdade de eleição
Produção coletiva
O trabalho individual gera o salario


Efeitos da globalização:

POSITIVOS
NEGATIVOS
Novas possibilidades para o aumento da produtividade do trabalho
A criação de um mercado comercial, financeiro e informativo, que influi desfavoravelmente para os mercados locais.
Aumento da rivalidade mercantil
Modifica as relações sociais a favor dos mais poderosos e do capital, em prejuízo do trabalhador.
Melhora a vida de alguns grupos sociais
Este mercado é subordinado por atividades de corporações internacionais
Mercado mais amplo para mercadorias e serviços
Fluxo descontrolado dos capitais para os países pobres pode criar crises econômicas
Aumenta o acesso para capitais financeiros, informações, tecnologias e outros benefícios
A política de total ocupação é visível, porque a desocupação no mundo está crescendo
Aumenta a efetividade de exportações e investimentos estrangeiros
O desemprego é resultado das novas tecnologias que não precisam de operários
Melhora o aproveitamento de mão de obra, recursos, assim como preços e melhor divisão de trabalho internacional.
Se aprofundam as diferenças entre os operários de cada setor

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O trabalho no sistema capitalista

      Ao longo do tempo, a relação entre patrão e empregado se modificou muito. Juntamente com essa relação vieram as mudanças na forma de trabalho e na carga horária.
     Com a criação das primeiras fábricas, houve uma grande demanda da mão de obra empregada que trabalhava em condições precárias, ou praticamente escravistas. Logo começou a passar por problemas com seus patrões, que iniciaram uma excessiva cobrança sobre seus funcionários.





     A partir deste momento, vieram alguns conceitos que ouvimos muito, como lucro e mais valia. A mais valia é uma expressão do âmbito da economia, criada por Karl Marx que significa parte do valor da força de trabalho dada por um determinado trabalhador na produção e que não é remunerado pelo patrão. O lucro é considerado todo o rendimento positivo obtido através de uma negociação econômica ou de qualquer outro gênero. Na economia, o lucro é tudo o que foi ganho ou recebido a partir de um ato de comercialização financeira.
      As relações trabalhistas atualmente, se encontram em melhores condições, já que a carga horária é menor, os salários são maiores, e há alguns benefícios extras. Ainda há problemas a serem enfrentados, e com a ajuda de um bom diálogo, podem ser resolvidos.

Emilly A. Brito Batista

A sociedade materialista

      Karl Marx, idealizador de uma sociedade mais justa e igualitária, foi um forte crítico do capitalismo. Sendo um sistema econômico voltado para a obtenção de bens privados e de mão de obra assalariada, este oprime as camadas mais baixas que lutam para obter o sustento para sua família e acabam recebendo somente o necessário para a sua sobrevivência.
      Na situação atual da humanidade há um modo de consumo exagerado. O indivíduo é levado a acreditar que os serviços, o entretenimento e produtos pela mídia oferecidos são o que ele necessita.
      O caráter das pessoas começou a perder o valor na vida consumista. Agora o que você tem: as marcas famosas que usa que definem se você pertence à alta sociedade. Tudo não passa de aparências.
      Para solucionar esse problema, é necessário nos educarmos para não sofrermos com as consequências disso.

Emilly A. Brito Batista

A crise brasileira e o Impeachment

          É inegável o enorme crescimento que o Brasil tem apresentado nas últimas duas décadas. Isso se deve principalmente ao fato de que os últimos governos brasileiros começaram a prestar mais assistência às camadas menos favorecidas da população nacional, de várias maneiras. 
      Entre elas, podem ser citadas o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e as cotas universitárias. As consequências, diretas ou indiretas disso, podem ser vistas principalmente na região Nordeste, em que muita gente passou de miserável para classe média baixa, ou simplesmente classe média. Isso fica muito claro quando se verifica o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região, que em alguns lugares quase triplicou, apesar de ainda não ter ficado num nível alto.
      Porém, muitos não gostam das formas com que o governo tentou resolver os problemas sociais e acham que estão sendo desfavorecidos ou enganados. Sendo a maioria deles ricos ou classe média alta, ou seja, a população mais influente e opressora. E, para desfavorecer a situação, a mídia - nem sempre confiável - enaltece casos de corrupção e a instabilidade econômica, que ainda estão ocorrendo. 
   
     A população foi levada a desacreditar no governo, causando agora uma grande insatisfação política. Houve várias manifestações e revoltas envolvendo milhões de pessoas para o impedimento da presidente no poder, ocorrendo, assim, um Impeachment. Também é correto afirmar que o governo não é totalmente impune, havendo realmente casos de corrupção e má administração em alguns setores, mas que não justificam tal comoção social. Esse processo também pode ser classificado como golpe, não havendo nenhum crime confirmado por parte da presidente, sendo quase que totalmente "justificado" pela crise econômica atual. 
    Impediram uma presidente de exercer seu poder pois estava sendo democrática: dando oportunidade aos menos favorecidos. Ela tinha de priorizar mais a economia e a burguesia; a desigualdade social é um problema à parte. 

Pedro Arão das M. Carvalho

sábado, 21 de maio de 2016

No crédito ou no débito?


      Tenho cinco pares de tênis. Não que eu precise de cinco pares de tênis. Afinal, só posso usar um par por vez. Mas todas as vezes em que vejo tênis parecidos com os meus, fico com vontade de comprá-los e mais que isso, me sinto rodeada dessa vontade por alguns dias, até que consiga esquecer os tênis e ter vontade de comprar uma outra coisa. Vivo pela necessidade de possuir as coisas, geralmente coisas das quais não preciso,  assim como grande parte da população. Somos consumidos pelo consumismo.
      Marcas, preços, parcelas de pagamento, lojas, essas são as coisas que nos fazem estudar durante mais de 15 anos e trabalhar durante mais de 30, sem nem questionar. Ficamos cansados, irritados e muitas vezes, nem mesmo gostamos daquilo que fazemos, mas continuamos fazendo, para em algum momento do mês, pagar as contas e comprar as tão sonhadas coisas das quais não necessitamos. Mas, de verdade, não acho que isso seja completamente nossa culpa.
      Vivemos o tempo da internet, onde ter um celular no bolso e uma televisão em casa é algo corriqueiro. Por isso mesmo é que estamos tão sujeitos à manipulação. A propaganda está lá, nos programas televisivos, nas redes sociais, nas roupas dos artistas, até nas promoções. Está infiltrada no mais profundo do inconsciente, praticamente desde o dia em que nascemos. Ela nos impele mais e mais a cada dia, a digitar a senha do cartão de crédito.
      E as estratégias de propaganda só evoluem. O que antes era claro, óbvio, mostrando o produto como algo a ser comprado,  oferecendo descontos, hoje é completamente subjetivo. Você não precisa comprar, não vai ter desconto, não sabe o valor do produto, mas deveria pesquisar sobre ele, descobrir onde pode comprar e ir até esse local logo, pois com certeza será mais feliz, bonita e bem sucedida se fizer isso.
      Qual o tamanho do absurdo?  Comprar um vestido de 500 reais, feito do mesmo material de um vestido de 100, por conta do nome na etiqueta, ou comprar um vestido de 100 quando você possui outras dezenas de vestidos novos? Fazemos os dois. Mais que manipulados, nós abraçamos o consumismo, aceitamos a ilusão de necessidade dos produtos e valorizamos as marcas. Afinal, se não comprarmos, fazendo uma propaganda indireta, o produto tem seu valor de mercado reduzido, é a lei da oferta e da procura. Nós fazemos das marcas o que elas são, não o contrário.
      O mais preocupante da situação é que estamos presos num ciclo vicioso. Somos impelidos a comprar porque temos a sensação de que aquilo que possuímos não é o bastante, está ultrapassado, precisa ser substituído. E é exatamente essa a intenção. O mercado quer que seu produto seja algo frágil e ultrapassado, ou ao menos, que você pense nele dessa forma. Lançam versões supostamente atualizadas, mas que são quase iguais ao que você tem em casa e te fazem comprar aquele produto, no pensamento de que ele vai realmente fazer a diferença na sua vida. Seis meses depois, a mesma coisa.
      Vivemos num mundo onde trabalhar para comprar e comprar para ser feliz é regra, quase um lema do subconsciente. Afinal, é isso que constitui o capitalismo. É essa vontade de possuir, essa necessidade de trabalhar para possuir que move nossa sociedade.
E talvez seja uma das coisas mais difíceis de fazer, mas conter essa necessidade de compra, pensar sobre o custo e os reais benefícios que aqueles produtos podem te trazer, muda sua visão da vida, ao menos um pouco. Ser um comprador consciente pode te fazer não só economizar, mas perceber o ciclo vicioso em que vivemos, perceber que trabalhar de forma exacerbada e infeliz para ter poder de compra não é algo saudável.
       Ser compradores conscientes poderia, então, finalmente mudar nosso lema para algo minimamente diferente de “trabalhar para comprar e comprar para ser feliz”. E isso, mesmo que “minimamente” não inspire confiança, já causaria uma mudança considerável naquilo que somos e na forma como nos comportamos em sociedade.

Beatriz T. Figueiredo 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O capitalismo deu certo?

      Vivemos num mundo em que o capital é a base tudo. Nossas vidas giram em torno de ter e gerar capital. Esse modelo de vida que é comumente chamado de capitalismo. Teoricamente, não é algo atual, existe desde os primórdios da humanidade. E nem sempre foi da forma que estamos habituados; passou por várias adaptações e revoluções para que fosse, ou apenas parecesse, mais justo.
      O capitalismo, mesmo se bem executado, ainda possui diversas crontradições, entre elas o enorme abismo social presente entre ricos e pobres, patrões e operários (burguesia e proletariado). Dessa forma, os que têm mais condições financeiras, ou seja, os que possuem mais capital, possuem as melhores condições de vida, além de influência sobre os menos favorecidos. Isso fez com que pessoas, como Karl Marx e Friedrich Engels, os desenvolvedores do materialismo histórico e do marxismo, começassem a refletir e a se opor contra o modelo social no qual viviam.
      Eles participaram de alguns movimentos sociais na época e produziram muitas obras acerca do assunto que propunham intervenções radicais no modo de governo capitalista e, principalmente, na sociedade. Queriam a queda da burguesia para a ascensão do proletariado como classe dominante, ou melhor, a libertação dos trabalhadores da exploração e opressão, numa tentativa de igualdade social. Uma sociedade sem classes sociais em que os meios de produção eram comuns. Isso que foi uma grande aprofundação do conceito de comunismo.
      No começo do século XX, a Rússia e alguns outros associados passavam por um enorme caos político e social. Influenciada pelas teorias de Marx e Engels, passou por uma revolução em que se instaurou o comunismo, de fato. A Rússia, sendo URSS, durou quase 70 anos com esse modelo, que por vários problemas na administração pública, acabou em 1991. Ela serviu, e continua servindo, como o maior exemplo de intervenção ao capitalismo da história. 
      Existem ainda algumas nações e partidos socialistas, mas estão se rendendo aos poucos ao capitalismo, principalmente por causa de relações internacionais. Há pouquíssimas exceções, como a Coreia do Norte, que se situa como um dos países mais isolados do mundo.
      Atualmente, a maior parte do planeta continua sendo capitalista, com os Estados Unidos a principal influência. E o mundo, apesar de ter melhorado consideravelmente, permanece bastante contraditório no que diz respeito às classes sociais, à desigualdade social, exploração de trabalho e opressão.  Permanece a Prostituição Pública.

       Continua havendo uma classe opressora e uma oprimida. A diferença, é que agora há um intermediário cada vez maior entre elas: a classe média. Ela que também oprime e é oprimida.
  
Pedro Arão das M. Carvalho 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Por que começar?

      Sem o pedido de um blog como trabalho para a aula de filosofia, não estaríamos começando. Sem o nascimento de Karl Marx, em 1818, provavelmente não teríamos nem por que começar. E, mais que isso, se desde o início dos tempos, tivéssemos cultivado igualdade social, o próprio Marx não teria um ideal pelo qual lutar. Mas, como sobrepujar uns aos outros, quase que para sobreviver, parece instintivo ao ser humano, não temos apenas um tema, ideias e diversos representantes dessas ideias pela história, mas problemas sociais da atualidade e discussões políticas que giram, em tese, completamente em torno desse tema. Assim, só nos resta começar.

Esperando que gostem,
Bia Figueiredo, Pedro Arão e colaboradores